A gestão do prefeito Adiló Didomenico (PSDB) avalia mais um projeto dentro da estratégia de concessões em diferentes áreas de serviço público. A proposta da vez é entregar à iniciativa privada a gestão do Aterro Sanitário Rincão das Flores, localizado na região do Apanhador, responsável pela destinação final dos resíduos sólidos de Caxias do Sul. A intenção foi confirmada pelo secretário municipal de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Marcus Vinícius Caberlon, em conversa à Rádio Caxias.
Segundo ele, o município está reformulando uma iniciativa que surgiu em 2023 dentro do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga), que reúne 26 municípios da região. A proposta original previa uma concessão regional para os serviços de coleta, tratamento, transbordo, reciclagem e destinação final dos resíduos.
As tratativas chegaram a ser estruturadas com apoio da Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo de Estruturação de Projetos, mas divergências entre os participantes mudaram os rumos da proposta. Enquanto a maioria dos municípios defendeu a construção de um novo aterro sanitário, Caxias do Sul propôs o uso da estrutura já existente e licenciada do Aterro Rincão das Flores. A prefeitura argumenta que o local possui capacidade de operação e oferece vantagens econômicas e logísticas.
O secretário detalha que, agora, Caxias assumirá a liderança do processo e seguirá com a Caixa na elaboração de uma nova modelagem para o projeto de concessão. A ideia é qualificar os serviços de destinação e também agregar valor aos resíduos, como a transformação em energia ou fertilizantes, dentro de uma visão de sustentabilidade.
Segundo Caberlon, a proposta segue aberta à adesão de outros municípios, mesmo com a recente aprovação, pela Câmara de Vereadores, da saída formal de Caxias do Sul do consórcio Cisga. A desvinculação não está diretamente relacionada ao projeto de concessão, mas, segundo o Executivo, foi motivada pela baixa efetividade do consórcio, especialmente na compra coletiva de insumos. A manutenção no grupo custava cerca de R$ 300 mil por ano aos cofres públicos. Por fim, Caberlon reforçou que a mudança de rumo afeta apenas a destinação final dos resíduos. Os serviços de coleta permanecem sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca).