Após o julgamento realizado na quinta-feira (15), envolvendo os três adolescentes acusados de atacar com golpes de faca uma professora da Escola Municipal João de Zorzi, no bairro Fátima Baixo, em Caxias do Sul, a defesa da vítima se manifestou nesta sexta-feira (16). Conforme nota divulgada à imprensa, a professora recebeu com alívio a sentença que determinou a aplicação de medida socioeducativa aos menores, embora tenha afirmado que não está satisfeita com o desfecho. A docente destacou que o episódio expôs falhas graves na segurança escolar e reforçou a urgência de mudanças efetivas no ambiente educacional.
Em entrevista à Rádio Caxias, o advogado da professora, Reginaldo Leonel Ferreira, elogiou a condução técnica e equilibrada do processo pelo Juizado da Infância e Juventude, Ministério Público e pelas defesas. Segundo ele, a sentença reconhece a gravidade do caso e representa uma resposta significativa diante da situação. No entanto, o advogado também pontuou que o episódio evidencia a vulnerabilidade da professora diante da ausência de segurança no local em que atuava. A vítima ainda convive com as consequências do ataque.
A sentença de primeiro grau foi proferida pelo juiz Silvio Viezzer, do Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Caxias do Sul, que julgou procedente a representação do Ministério Público contra os três adolescentes, dois meninos de 15 anos e uma menina de 13, pelo ataque à professora. O MP enquadrou a ação como análoga à tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante surpresa.
O juiz acatou a tese e determinou a medida socioeducativa de internação, sem direito a atividades externas, pelo prazo de três anos, prazo máximo previsto em lei. A cada seis meses, uma equipe técnica deverá reavaliar individualmente os adolescentes para analisar a eficácia da medida ou a possibilidade de progressão.
Os dois meninos, já internados desde 3 de abril no Centro de Atendimento Socioeducativo de Novo Hamburgo (CASE/NH), permanecerão no local. Eles foram representados por defensores públicos. A adolescente de 13 anos seguirá internada no Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Casef), em Porto Alegre, com defesa feita por uma advogada contratada pela família.