Um ano após as enchentes que devastaram diversas regiões gaúchas, a Fundação Caxias continua prestando apoio a famílias desalojadas e atua na construção de uma estrutura permanente para resposta rápida a emergências futuras.
A entidade, presente em Caxias do Sul, desde 1969, foi uma das protagonistas no socorro às vítimas da tragédia climática registrada em maio de 2024. Durante os piores dias da crise, o Seminário Nossa Senhora Aparecida foi transformado em ponto de triagem e distribuição de donativos. O Ginásio do Sesi também se tornou um dos principais abrigos do município. Segundo o presidente da Fundação Caxias, Euclides Sirena, o trabalho iniciado há um ano ainda não foi concluído. Ele conta que a entidade segue atendendo pessoas que perderam tudo e que existem famílias que,ainda, estão fora de casa e dependem de doações.
Com recursos arrecadados por meio de campanhas, incluindo R$ 360 mil doados após um show beneficente em São Paulo, a Fundação já entregou quatro casas a famílias atingidas e tem mais duas em fase final de conclusão. Além de outros municípios, estão moradores de Galópolis, onde sete pessoas perderam a vida, e uma comunidade indígena situada entre Farroupilha e o Desvio Rizzo, em Caxias.
Conforme Sirena, mais de quatro mil voluntários se mobilizaram ao longo de 50 dias de atuação intensa, no ano passado. Ele destacou na entrevista que, além da solidariedade demonstrada pela população, a experiência resultou na formação de novos líderes comunitários preparados para atuar em futuras emergências. Na opinião do presidente da Fundação Caxias, a situação vivida pelo Estado foi uma verdadeira operação de guerra e acredita que, atualmente, os gaúchos estão mais preparados, mais rápidos e com uma rede de apoio formada, para uma resposta mais imediata a possíveis novas tragédias climáticas.
A Fundação também planeja junto com a Prefeitura de Caxias do Sul, a criação de um centro logístico para emergências, em um terreno de mais de cinco mil metros quadrados, localizado em frente ao Centro Esportivo do Sesi. Segundo Sirena, a proposta é criar uma base que facilite o recebimento e a distribuição de doações, com estrutura para atender grandes volumes de alimentos, roupas e medicamentos.
Além das ações locais, a Fundação Caxias tem colaborado com outros Estados que passaram por tragédias como a vista no Rio Grande do Sul, como Santa Catarina e Paraná, mantendo uma atuação contínua em rede solidária.
Por fim, no final da entrevista, o presidente da entidade lembrou sobre a realização e abertura oficial da Campanha do Agasalho 2025 com o tema “Monstros contra o frio”, promovida pela entidade e parceiros. A iniciativa acontecerá neste sábado (10), das 8h às 18h, na Praça Dante Alighieri. Segundo Sirena, a população pode e está convoca a doar o seu agasalho em bom estado para que ajude a quem sofre com o rigoroso inverno da Serra. Conforme o presidente da Fundação Caxias, depois de sábado, a comunidade terá para doação cerca de 300 pontos de arrecadação espalhados por Caxias do Sul, incluindo supermercados e praças. Além de roupas, a população também pode contribuir com alimentos, calçados e itens de higiene.