Com a queda das temperaturas, também aumenta o risco de complicações cardiovasculares. Segundo a cardiologista Dra. Luciana Spiazzi, cooperada da Unimed Serra Gaúcha, o frio é um fator que contribui diretamente para o aumento de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e descompensações em pacientes com doenças cardíacas preexistentes.
De acordo com a médica, estudos epidemiológicos já comprovaram que o inverno está associado a um crescimento na morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. Dra. Luciana explica que isso ocorre porque as baixas temperaturas estimulam o sistema nervoso simpático, causando vasoconstrição, aumento da pressão arterial e maior agregação de plaquetas — fatores que favorecem a formação de coágulos e ampliam a resposta inflamatória do organismo.
“O frio pode desencadear infartos e AVCs, além de agravar quadros de insuficiência cardíaca em pacientes com histórico cardíaco”, explica Dra. Luciana. “Isso porque os fatores de risco ficam menos controlados nessa época do ano, e infecções respiratórias comuns no inverno, como a gripe e a Covid-19, também podem sobrecarregar o coração.”
De acordo com a médica, entre as principais medidas preventivas está a vacinação contra a gripe. A médica reforça que a imunização anual — recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — ajuda a reduzir o risco de pneumonias e complicações cardíacas. As vacinas contra o vírus influenza, H1N1 e o vírus sincicial respiratório estão disponíveis na rede pública de saúde. Além da vacinação, Dra. Luciana destaca outras ações essenciais para proteger a saúde cardiovascular durante o inverno, a exemplo de:
- Monitorar a pressão arterial em casa com aparelhos de braço (manguito), seguindo as orientações corretas: em repouso, sentado, com a bexiga vazia.
- Manter o uso regular das medicações prescritas para hipertensão e doenças cardíacas.
- Fazer revisões médicas periódicas, especialmente no final do verão, para ajustar tratamentos antes da chegada do frio.
- Praticar atividades físicas regularmente, pelo menos 150 minutos por semana, preferencialmente em locais fechados e aquecidos.
- Evitar exposição ao frio extremo, mantendo a casa aquecida (entre 18°C e 20°C) e vestindo roupas adequadas ao sair.
- Cuidar da alimentação, evitando excesso de sódio, gorduras e alimentos ultraprocessados. Também é indicado reduzir ou eliminar o consumo de bebidas alcoólicas.
- Evitar aglomerações em ambientes fechados durante períodos de maior circulação de vírus respiratórios.
Por fim, a cardiologista alerta que “as doenças do coração não tiram férias no inverno. Por isso, manter os cuidados e a rotina de prevenção é essencial para evitar complicações graves”.