Nesta sexta-feira (25), o Brasil celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, data criada em memória da líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de resistência e liderança no combate à escravidão no século XVIII. A data, instituída no Brasil pela Lei nº 12.987/2014, também marca o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem ao primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana.
A escolha da data no Brasil homenageia Tereza de Benguela, que liderou o Quilombo do Quariterê, localizado entre o rio Guaporé e a atual cidade de Cuiabá (MT), entre 1750 e 1770, após a morte de seu companheiro, José Piolho. Sob sua liderança, o quilombo resistiu por décadas e se tornou símbolo da resistência negra e indígena à escravidão, até ser destruído por forças militares em 1770.
Em alusão à data, a exposição “Tereza de Benguela e a Mulher Negra” ocupa o Espaço Cultural Mário Crosa, no subsolo da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. A mostra — aberta à visitação gratuita até o dia 28 de julho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h — celebra a ancestralidade e a força das mulheres negras por meio de uma curadoria composta por pinturas, roupas, acessórios e peças artesanais.
Proposta pelo Movimento Negro do Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Caxias do Sul, a exposição também destaca os mais de 40 anos de atuação da Secretaria do Movimento Negro do partido, valorizando o papel das mulheres negras na cultura, na política e no artesanato. Segundo o relações públicas, Denerlei Antoniolli, a iniciativa tem como objetivo “dar visibilidade ao artesanato e ao trabalho desenvolvido pelas mulheres negras, resgatando narrativas históricas e promovendo a valorização cultural”.
As comemorações de 25 de julho reforçam o papel fundamental das mulheres negras na construção da história brasileira e latino-americana — e, mais do que isso, convocam a sociedade a reconhecer suas lutas e a atuar pela equidade racial e de gênero em todos os espaços. Além da homenagem local, ações educativas e culturais acontecem em diversas regiões do país. Mais informações podem ser acessadas em: www.ufrb.edu.br/bibliotecaseculte.
