O estresse no ambiente de trabalho pode desencadear uma série de reações físicas e emocionais que, quando não controladas, evoluem para quadros graves como crises de pânico, exaustão extrema e até disfunções hormonais. O alerta é do psiquiatra cooperado da Unimed Serra Gaúcha, João Fruet, que ainda esclarece como esse processo afeta diretamente o não apenas o rendimento das pessoas no trabalho, mas a própria saúde mental.
Segundo o psiquiatra, o estresse atua inicialmente no cérebro, ativando o hipotálamo, depois a hipófise e, em seguida, a glândula adrenal, localizada acima dos rins. Essa pequena glândula é responsável pela liberação do cortisol, conhecido como o hormônio do estresse. Quando ele entra na corrente sanguínea, começa a ativar diversos órgãos do corpo, causando sintomas como aumento dos batimentos cardíacos, pressão arterial elevada, rubor facial, agitação, ansiedade, dores de cabeça, tremores e mal-estar.
O médico garante que, com o tempo, o estresse prolongado pode interferir também no funcionamento da tireoide. De acordo com o médico, o hiperfuncionamento da glândula pode causar sintomas como agitação, aceleração do pensamento e comportamento semelhante a um quadro maníaco. Já a hipofunção pode levar ao hipotireoidismo, com fadiga intensa, desânimo e dificuldade de levantar para trabalhar.
O psiquiatra também ressalta que muitas pessoas ignoram os sinais iniciais, por confundir os sintomas com ansiedade comum. Entre os quadros mais graves estão às crises de pânico, que simulam sintomas de infarto, ou seja, com a presença de taquicardia, suor excessivo, tremores e sensação iminente de morte. “É comum que a pessoa vá parar no cardiologista acreditando que está tendo um infarto, quando, na verdade, está diante de uma crise emocional”, explica Fruet.
Para evitar a progressão do estresse para um quadro clínico, o especialista recomenda a adoção de práticas simples de relaxamento, como o mindfulness – técnica de respiração consciente. Fruet conta que também utiliza em seu consultório métodos de relaxamento com som de água e ambientes tranquilos, reforçando que qualquer pessoa pode aprender a lidar com o estresse de forma autônoma.
De acordo com o médico, a mensagem é clara: o estresse crônico não é algo a ser ignorado. Identificar os sinais e buscar formas saudáveis de enfrentamento pode ser decisivo para preservar a saúde mental e o bem-estar no ambiente profissional.