Quando analisamos a relação que a sociedade tem com a alimentação ou a balança os números preocupam: uma em cada vinte pessoas tem transtornos alimentares e de acordo com a fiocruz, 56% dos adultos brasileiros têm obesidade. Com esses números percebesse que a sociedade atual vive duas problemáticas que prejudicam a saúde física e mental dos brasileiros. Se por um lado existe uma romantização da magreza como uma forma de chegar à felicidade plena, por outro a obesidade é uma das doenças que vem avançando no Brasil e no mundo. Uma das situações que dificultam as soluções destes problemas é a confusão ou até a priorização do cuidado em prol da estética ao invés da saúde.
Para entender melhor qual o caminho para solução dessas doenças a nutricionista especialista em bariátrica, Rafaela Lovatel, explicou para a Rádio Caxias o que é a obesidade.
De acordo com a profissional, a obesidade não tem cura, mas tem tratamento com diversos profissionais. Uma das dificuldades de combater o crescimento da doença é a demora que o paciente tem de iniciar a busca por ajuda ou até encontrar o tratamento certo.
A nutricionista e criadora de conteúdo, Monique Fonseca acrescenta que a crença do paciente e familiares de saber o que precisa ser feito também prejudica o tratamento.
Já a psicóloga Pauline Werner explica sobre o que é um transtorno alimentar. Vale reforçar que o transtorno e o distúrbio alimentar não são sinônimos. Dentre as diferenças, o distúrbio não tem diagnóstico formal ou causa definida. Já o transtorno afeta diretamente a relação com a comida e a autoimagem, como explica a Pauline:
Monique relata como, além de outros fatores, as redes sociais podem influenciar no crescimento de casos de transtornos alimentares.
A nutricionista Monique também alerta sobre como distinguir um bom profissional para aqueles que buscam visibilidade.
A internet é plural, atualmente existem diversos conteúdos negativos e positivos sobre o assunto. Profissionais ou influenciadores querendo vender promessas, pessoas incentivando o autocuidado ou pessoas acima do peso que estimulam o amor próprio. Por essa diversidade de bolhas sociais é necessário entender a diferença das pessoas que estão preocupadas com a doença que cresce no país de discursos gordofóbicos. Nesta confusão surgiu um termo nas redes sociais chamado “romantização da obesidade”. Quando questiono Monique se existe uma glamourização da doença ela discorda.
Além da aceitação, um dos fatores importantes para o tratamento de ambas as doenças é a rede de apoio, a psicóloga alerta o que observar para saber se alguém próximo precisa de ajuda.
Um dos fundamentos do artigo primeiro da constituição federal é a dignidade da pessoa humana. Ter acesso a saúde e bem estar incluem este direito, mas isto está além de só atingir um peso X. Quando o problema se torna repetitivo: insatisfação com o corpo, dietas que não chegam no resultado, sedentarismo, usar a comida para compensar sentimentos, buscar ajuda de terceiros não é vergonhoso, é uma ação de amor próprio.