Para alguns é hobby, para outros profissão e tem quem transformou um passatempo em ganha pão. Poder se expressar ganhou ainda mais sentido e força a partir da disseminação das redes sociais. Aqui não estamos falando de dar opiniões sobre assuntos polêmicos ou se posicionar contra ou a favor de algo, é se expressar por talento, arte, dedicação e cuidado. Assim como a música, a dança, a poesia e a atuação promovem sentimentos, outros talentos mudam a forma de olhar para o mundo e trabalhar a criatividade.
As mídias digitais abriram portas para a divulgação e exposição de trabalhos de pessoas com vocações e talentos que até então ficavam guardados. Na reportagem deste final de semana a gente aborda a história de pessoas que descobriram a profissão ou uma distração em alguma arte manual.
Hoje, a gente fala de moda e artesanato. Mas são as mãos de pessoas trabalhadoras e dedicadas que traçam a história. Cidades inteiras foram construídas por muitas mãos que levantaram paredes e desenvolveram princípios a cada ação feita. São mãos, algumas com mais cicatrizes do que outras que carregam memórias e construções. Tem as que alimentam, as que ensinam, as que corrijem, as que acolhem e aquelas que apontam.
Independentemente de qualquer coisa, para fazer a diferença é preciso colocar a mão na massa, é preciso agir. Sair da zona de conforto também é arriscar em algo totalmente novo ou relembrar bons hábitos.
A analista de exportação, Kailany Rauta, é uma das pessoas com emprego estável e que transformou o artesanato, que antes era um passatempo e um hobby, em uma verba adicional. A origem da vocação pode ser diversas, mas, para ela, o talento e interesse é hereditário.
De outro lado, a estilista Letícia Campos, sempre teve um interesse pelo mundo da moda, com o lado criativo aguçado descobriu uma paixão pelo corte e costura. Entretanto, foi em busca de aprender mais sobre a área após o final da graduação em administração, quando sentia que precisava de um hobby e procurou por um curso de corte e costura.
Inicialmente, a estilista começou criando roupas e variando estilos para si própria, mas não demorou muito para o talento ser notado por amigas e ser indicado cada vez mais para outras pessoas.
A partir dos aprendizados da universidade, Letícia entendeu que o que realmente gostaria de trabalhar era com vestidos de festa. O encanto pela área se tornou uma realização pessoal e profissional e hoje é o carro chefe do atelier que leva o próprio nome.
O crescimento do empreendimento e da marca foi gradual, no início as peças criadas eram diversas até o sonho de focar apenas nos vestidos de festa se tornar realidade. Conforme o aumento da demanda e procura, a mãe, que compartilhava do sonho da filha, foi convidada para trabalhar no atelier.
Hoje, Kailany tem a percepção mais ampliada e não encara mais a confecção de bolsas, chinelos e acessórios variados como uma diversão ou passatempo. A responsabilidade é a mesma de qualquer outro trabalho, afinal recebe encomendas e tem prazos para cumprir.
Mas nem mesmo assim o prazer por criar diminui, ao contrário, apenas se intensifica, uma vez que os prazos são mais flexíveis e o momento de trabalho também ajuda a desopilar, acalmar e distrair.
De qualquer forma o desafio é lançado e proposto para dar conta das demandas enquanto artesã, CLT e estudante, fora todos os percalços da vida pessoal que qualquer pessoa precisa encarar.
Além do talento, da arte e da força de vontade em comum, as entrevistadas compartilham nas redes sociais o que produzem e atraem clientes. Mas mais do que isso, com intenção ou não, elas inspiram e instigam outras pessoas a testarem habilidades que talvez desconheçam ou estejam escondidas.
É sobre ouvir a voz do coração e dar uma chance a algo que distrai, que foge da chamada vida real, que afasta de más notícias e conecta com a essência e interesse próprio. E tudo pode seguir como um hobby, uma desconexão e, se quiser, tornar-se profissão, sem pressão.
Mas o que essas mulheres que já conciliam sonhos esperam do futuro?
Que esses exemplos te inspirem a tentar algo novo, reacender um talento deixado de lado e viver sonhos paralelamente, sem precisar deixar para depois o que te faz bem.