Pesquisa da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) revela que a economia de Caxias cresceu 4,6% no ano passado. O destaque foi o setor de serviços. Entretanto, os segmentos do comércio e da indústria apontam para uma realidade divergente, trazendo à tona, desafios para este ano.
No cenário comercial, houve um crescimento de 2,9% em dezembro, quando comparado ao mês anterior. No entanto, teve uma queda significativa de -3,5% em relação a 2022. No acumulado do ano, o comércio apresentou um avanço modesto de 0,6%.
A análise das vendas durante eventos expressivos como Natal e Black Friday aponta para uma redução. Possivelmente, influenciada pela utilização do 13º salário para reestruturações financeiras. A mudança de comportamento resultou em um aumento de 0,6% nos índices de inadimplência em novembro, que, por sua vez, diminuíram 2,16% em dezembro. O comércio, embora não tenha experimentado uma expansão notável, reflete um cenário onde a população, mesmo diante da estagnação do setor, experimenta melhorias financeiras.
O diretor da CDL, Mosár Ness, explica que 2023 foi caracterizado como um período de transição, apresentando desafios significativos e uma aparente redução no apetite consumista da população. Porém, o economista deixa em aberto a possibilidade de melhoria para o ano de 2024.
Já no setor industrial, em dezembro, Caxias apresentou uma queda significativa de -10,5% em comparação com o mês anterior. Componentes como “Compras Industriais” (-26%) e “Vendas Industriais” (-25,1%) registraram quedas expressivas, consideradas normais para o período, levando em consideração férias coletivas e feriados que impactam as comparações.
Ao comparar o último mês do ano passado com o dezembro de 2022, a retração foi de -1,9%, com destaque para o desempenho negativo das compras industriais (-28,9%) e das vendas industriais (-24%), indicando uma queda. Porém, as quedas não preocupam os empresários. Isso porque em 2022 e no ano anterior, os indicadores foram positivos. Oscilações como a ocorrida no ano passado são consideradas normais para o diretor-superintendente de Serviços Financeiros e Relações Institucionais das Empresas Randon, Joarez Piccinini.
A indústria enfrentou desafios nas exportações devido a problemas econômicos com os vizinhos, principalmente a falta de dólares na Argentina. O Brasil, que exporta commodities, contrasta com Caxias do Sul, que tem as exportações baseadas em manufaturados.
No indicador acumulado do ano, a indústria apresentou uma perda de força, registrando uma taxa de -3,3%. Os desafios nas atividades ligadas ao comércio internacional também são evidentes, com queda nas exportações e importações em dezembro, resultando em um saldo na balança comercial inferior ao mês anterior.