Neste dia 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher, uma data em que as mulheres costumam ser homenageadas e ganham presentes. Mas nem todas tem esse privilégio. A violência contra a mulher é uma pauta que, infelizmente, é sempre atual. Em Caxias do Sul, para amparar mulheres vítimas de violência, existem o Centro de Referência da Mulher, a Casa de Apoio Viva Rachel, e a Delegacia da Mulher. A reportagem da Rádio Caxias conversou com mulheres que trabalham nesses locais.
Jeane Schulz, coordenadora do Centro de Referência da Mulher (CRM), explica que o CRM recebe mulheres que sofreram todo tipo de violência, como agressão ou violência sexual. Essas mulheres e seus filhos menores de 18 anos são encaminhados muitas vezes à Casa de Apoio Viva Rachel.
Talita De Costa, é psicóloga da Casa de Apoio Viva Rachel. Ela explica como as mulheres chegam à Casa. Frisa que não há necessidade de fazer boletim de ocorrência para a mulher ser acolhida, basta manifestar que sente medo e está em perigo. Ela também destaca que os funcionários da casa tem anonimato preservado para garantir a segurança de todos.
Desde a fundação da Casa Viva Rachel, mais de 1500 mulheres foram acolhidas, e mais de 2 mil crianças, filhos dessas mulheres. Houve também muitos reingressos, ou seja, retorno de mulheres que voltaram a serem vítimas de violência. Talita destaca que o objetivo da Casa é motivar as mulheres a se sentirem capazes de viver com independência, buscando fortalecer vínculos de amizade e família para essas mulheres se sentirem acolhidas.
A psicóloga também explica que a Casa busca mostrar o que é violência, que para identificar um agressor não é necessário haver agressão em um primeiro momento, mas existem sinais que mostram que essa agressão pode vir a ocorrer. Isso serve para as mulheres acolhidas identificarem esses sinais em um possível novo relacionamento.
Outra organização importante para auxiliar as mulheres vítimas de violência em Caxias do Sul é a Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). A delegada Thalita Andrich explica como funciona o trabalho da delegacia.
A delegada também explica que existe um elo entre o Centro de Referência da Mulher e a Casa Viva Rachel, havendo muitas mulheres sendo encaminhadas para casa através da delegacia.
De acordo com a delegada Thalita Andrich, diariamente existem denúncias na Delegacia da Mulher.
A nível nacional, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 apontou o aumento no número de feminicídios, totalizando 1.467 vítimas, o maior índice desde a criação da lei que criminaliza esse tipo de violência, instituída em 2015.
No estado do Rio Grande do Sul, conforme reportagem do Jornal do Comércio, no primeiro semestre de 2024 foram contabilizados aproximadamente 26 mil casos de violência contra a mulher. (Reportagem jornaldocomercio.com – publicada em 5/8/24)