Neste sábado, 7 de junho, o Brasil celebra o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, uma data que transcende a comemoração e propõe uma reflexão profunda sobre o papel do jornalismo na sociedade atual — especialmente em tempos marcados por polarização, desinformação e ataques à credibilidade da mídia.
A liberdade de imprensa é um dos alicerces da democracia. Sua existência garante o debate público, a fiscalização dos poderes e o direito do cidadão à informação. Mas, na prática, esse direito tem sido cada vez mais desafiado. A jornalista e pesquisadora Patrícia Campos Mello, autora de “A Máquina do Ódio”, alerta para o impacto das campanhas coordenadas de desinformação nas redes sociais, que tentam minar a confiança nas instituições e na imprensa.
Outro pensador relevante é o professor da Universidade de Columbia, Timothy Snyder, que em seu livro “Sobre a Tirania” destaca como regimes autoritários modernos começam minando a verdade, atacando jornalistas e distorcendo a realidade. “A renúncia à verdade é a renúncia à liberdade”, escreve Snyder, numa advertência que ecoa fortemente no atual cenário global.
No Brasil, os desafios são concretos. Dados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Repórteres Sem Fronteiras apontam aumento nos casos de assédio judicial, censura prévia e violência contra profissionais da imprensa. O ambiente digital, ao mesmo tempo em que democratiza a produção de conteúdo, também facilita a propagação de fake news e discursos de ódio.
Neste cenário, o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa não é apenas simbólico. É um lembrete da responsabilidade coletiva em defender o jornalismo profissional, ético e crítico. E também de valorizar os veículos que mantêm a independência editorial, mesmo diante de pressões econômicas e políticas.
A Rádio Caxias, neste 7 de junho, e em quase 80 anos de história, reforça seu compromisso com o jornalismo de qualidade — baseado em fatos, voltado para o bem comum e atento às transformações do nosso tempo.