Neste domingo (21), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e representa um desafio crescente para pacientes, familiares e sociedade. Embora ainda não haja cura, especialistas destacam que prevenção, diagnóstico precoce e políticas públicas adequadas podem melhorar a qualidade de vida dos envolvidos.
O professor Wyllians Borelli, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca que, além da idade e fatores genéticos, a falta de acesso à educação é um dos principais fatores de risco para o declínio cognitivo no país. “Nosso estudo, publicado na revista The Lancet, mostra que a educação é o maior fator modificável para prevenir demência no Brasil. Investir em acesso à educação ao longo da vida pode reduzir significativamente os casos futuros de Alzheimer”, afirma Borelli.
Já o médico e PhD em geriatria, Dr. Emilio Moriguchi, alerta que o envelhecimento rápido da população brasileira exige atenção da medicina preventiva. “Para um envelhecimento saudável, é essencial priorizar ações preventivas em vez de apenas curativas. Além disso, políticas públicas adequadas são fundamentais para garantir um envelhecimento mais digno e reduzir os impactos da depressão e de quadros de demência, como o Alzheimer”, destaca Moriguchi.
Por sua vez, a médica neurologista, Paula Caprara Gasperin, ressalta que o Alzheimer causa um grande impacto social. “Não afeta apenas o paciente, mas toda a rede de familiares e cuidadores. É uma doença que exige atenção da sociedade, da saúde pública e de políticas de apoio para reduzir seus efeitos na vida das pessoas”, afirma Gasperin.
A doença de Alzheimer progride em quatro etapas:
- Pré-demência: sintomas sutis, como lapsos de memória, frequentemente confundidos com envelhecimento normal.
- Estágio leve: dificuldades para lembrar eventos recentes, desorientação e mudanças de humor; estímulos cognitivos podem ajudar a retardar o progresso.
- Estágio moderado: aumento da dependência para atividades diárias e possíveis alterações comportamentais; cuidadores precisam de suporte especializado.
- Estágio avançado: comprometimento severo da memória e da função motora; cuidados paliativos e apoio emocional à família são essenciais.
Especialistas são unânimes em algumas questões: diagnóstico precoce, suporte emocional, cuidados especializados e planejamento antecipado são medidas essenciais para enfrentar a doença. Embora o Alzheimer ainda não tenha cura, compreender suas etapas e fatores de risco — como educação, envelhecimento e prevenção — pode tornar a convivência com a doença mais digna e reduzir seus impactos na vida de pacientes e familiares.