Especialista explica que o medo pode ser saudável quando mediado por adultos, mas alerta para sinais de alerta emocional.
O Halloween, cada vez mais presente no Brasil, pode despertar medo e insegurança em crianças pequenas se não houver a mediação dos pais. A psicóloga Sabrina Rugeri destaca que a celebração, de origem estrangeira, ainda é recente na cultura brasileira e requer atenção das famílias diante dos estímulos visuais e sonoros que envolvem o imaginário do terror.
“O Halloween foi incorporado recentemente à nossa cultura, muito influenciado pela mídia e pela globalização. Muitas famílias ainda não têm repertório para lidar com os estímulos que a festa traz, especialmente o contato das crianças com o medo e o susto”, afirma Rugeri.
Medo faz parte do desenvolvimento, mas requer acompanhamento
Segundo a especialista, o medo é uma emoção natural e até necessária para o desenvolvimento emocional infantil. No entanto, quando vivido de forma intensa e sem apoio de um adulto, pode ser percebido pela criança como uma ameaça real.
“Nessas situações, o corpo reage como se o perigo fosse verdadeiro, o que pode gerar impactos emocionais duradouros”, explica.
Entre os sinais de alerta estão dificuldades para dormir, pesadelos frequentes, recusa em dormir sozinha, choro constante e sintomas físicos, como dor de cabeça ou de barriga.
Acolher e validar o medo é essencial
A psicóloga recomenda que os pais validem o sentimento de medo, evitando minimizar ou ridicularizar a emoção da criança.
“Quando o adulto diz ‘que bobagem’ ou ‘não foi nada’, a criança se sente insegura. O ideal é conversar, desenhar ou brincar sobre o que ela sentiu. Se o medo persistir por mais de duas semanas, é indicado buscar ajuda profissional”, orienta Rugeri.
A especialista destaca que o medo pode ser trabalhado de forma lúdica e educativa, por meio de histórias, dramatizações e brincadeiras. “Brincar com o medo sem que ele se torne o centro da experiência ajuda a desenvolver a autoconfiança e a resiliência”, afirma.
Preparação e diálogo reduzem a ansiedade
Para evitar sustos desnecessários, Rugeri recomenda que os pais preparem as crianças antes das comemorações. Mostrar fotos, explicar que as pessoas estarão fantasiadas e combinar uma “palavra de segurança” são estratégias que ajudam a reduzir a ansiedade.
“O mais importante é respeitar o limite da criança. Se ela disser que tem medo ou não quiser participar, não deve ser forçada. O que parece uma simples brincadeira pode ser vivido de forma assustadora para os pequenos”, alerta.
Halloween pode ser oportunidade de aprendizado
Apesar dos cuidados, a psicóloga acredita que o Halloween também pode ser uma oportunidade para o desenvolvimento emocional.
“Quando mediado com afeto e diálogo, o Halloween pode ser uma chance de falar sobre coragem, empatia e fantasia. O papel dos pais é transformar o medo em aprendizado”, conclui Rugeri.
 

 
			 
					



