O Serviço Geológico do Brasil (SGB) conclui no fim de setembro os estudos em 95 municípios gaúchos, realizados por meio de crédito extraordinário do governo federal repassado após as enchentes de 2024. Os mapeamentos começaram a ser realizados em setembro do ano passado nas cidades afetadas pelas enchentes e em estado de calamidade pública. Na lista dos municípios atendidos está Caxias do Sul.
Em entrevista ao Jornal da Caxias de quarta-feira (1), o pesquisador em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Rodrigo Luiz Gallo Fernandes, relatou que no município houve o apontamento de 145 setores de área de risco, sendo 73 classificados como muito alto e 72 alto. Números que, de acordo com o estudo, colocam Caxias entre uma das cinco cidades com maiores setores de risco do país.
O pesquisador destacou que o cenário exige que as pessoas que habitam essas áreas acompanhem os sinais que possam ser dados em caso de movimentação do solo.
Ele complementou que a situação da cidade exige que ocorra um acompanhamento da Defesa Civil nos períodos chuvosos. O relatório também dá orientações de que ações precisam ser tomadas pela administração municipal.
Fernandes apontou que a região de Galópolis registrou muitos deslizamentos, corrida de massa e movimentação de rocha e solo, sendo um dos locais de maiores riscos na cidade e que precisa ser olhado com mais cuidado pelo poder público. Os demais lugares são pontuais na área urbana e rural do município.
Por fim, o professor reforçou a necessidade de fortalecimento da Defesa Civil para que novas tragédias não ocorram. Além disso, ele indicou a criação de núcleos regionais, com representantes da sociedade para monitoramento, pois sozinha, acredita, que a Prefeitura não tem como dar conta.