Há cinco anos, o mundo parou, respirou fundo e, por um instante, teve medo. Em março de 2020, o relógio da civilização deu um solavanco, e todos nós fomos lançados para dentro de um experimento global. A ciência correu contra o tempo, enquanto o pânico corria pelas ruas. Máscaras, álcool em gel, o medo de um abraço. O silêncio das cidades foi cortado apenas pelo som das ambulâncias. E agora? Cinco anos depois, estamos melhores?
A infectologista Anelise Kirsch responde com a serenidade de quem viu o caos de perto: a vacina nos tirou da beira do abismo. Foi ela que segurou a mão da humanidade quando tudo parecia ruir.
Há cinco anos, em 11 de março de 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava oficialmente a pandemia de Covid-19. Desde então, o mundo passou por transformações profundas na maneira de lidar com vírus, vacinação e medidas de contenção. A infectologista Anelise Kirsk relembra os desafios enfrentados e os aprendizados adquiridos, destacando a importância da vacinação e a necessidade de estar preparado para futuras crises sanitárias.
“Apesar das evidências científicas sobre a eficácia das vacinas, ainda temos muita desinformação sobre o tema. Isso é normal em períodos de crise, quando as pessoas tentam justificar o problema de outras formas”, explica Kirsch . Segundo a especialista, a vacinação foi fundamental para reduzir o impacto da Covid-19, assim como já aconteceu no passado com doenças como sarampo, poliomielite e tétano. “Hoje, não vemos mais essas doenças com a mesma frequência justamente porque a vacinação as controlou.”
Na opinião da infectologista, a pandemia também trouxe mudanças na forma como profissionais de saúde e a população encaram as medidas de higiene e isolamento. “Muitos profissionais que antes não se preocupavam tanto com a sua segurança no ambiente de trabalho passaram há levar isso muito a sério. A ciência já conhecia a capacidade de disseminação dos vírus, mas a prática exigiu uma adaptação rápida”, observa.
Quanto ao futuro, Kirsch destaca que a Covid-19 não desaparecerá. “Ela vai continuar circulando, assim como a gripe, causando casos mais graves em pessoas vulneráveis e infecções mais leves na maioria da população.” Portanto, ela garante que o monitoramento de variantes segue sendo uma estratégia essencial, e a adaptação das vacinas para novas mutações continuará ocorrendo, como acontece com a gripe sazonal.
Sobre a possibilidade de novas pandemias, a infectologista acredita que o mundo pode estar mais preparado, mas faz um alerta: “Se as pessoas tiverem um olhar mais realista e lúcido, confiando na ciência, teremos uma resposta mais eficaz. No entanto, a disseminação de notícias falsas e a resistência a medidas sanitárias podem dificultar o enfrentamento de futuras crises.”
Neste sentido, Anelise garante que cinco anos depois do anúncio que mudou a história recente da humanidade, as lições deixadas pela pandemia de Covid-19 continuam fundamentais para proteger a saúde global.