O município de Praia Grande, no sul catarinense, conhecido pelos voos de balão e belezas naturais, está de luto, com a tragédia ocorrida no último sábado e que chocou o Brasil. A queda de um balão, vitimou oito pessoas e deixou outras 13 com leves ferimentos. As sobreviventes conseguiram escapar, após um pouso de emergência. A caxiense, Vânia Lima Scain, que é moradora da comunidade de Cachoeira de Fátima, em Praia Grande, além de testemunhar o acidente, teve papel fundamental no auxilio, resgate e acolhimento a uma das sobreviventes. Em linha reta, o balão acabou caindo a cerca de 300 metros de sua residência.
O acidente aconteceu na comunidade de Cachoeira de Fátima, localizada a cerca de oito quilômetros do centro de Praia Grande, na divisa com o Rio Grande do Sul. Em entrevista para a Rádio Caxias, Vânia contou que ela e outras pessoas vivenciaram cenas de terror, no último sábado (21). A empresária que tem na localidade uma pousada e que é moradora da região há quase duas décadas, explica que foi uma das primeiras pessoas a presenciar a queda do balão. Ela contou que o balonismo é comum na área e, que na manhã do acidente, o céu estava repleto de balões em virtude dos passeios corriqueiros e com turistas. Entretanto, naquele dia, ela e seus familiares acabaram se deparando com uma cena de terror e que jamais irão esquecer: o balão em chamas, e pessoas caindo, se jogando da cesta, enquanto outras eram queimadas pelo fogo. “Foi desesperador”, relatou Vânia à Rádio Caxias.

Durante entrevista ao Jornal da Caxias, Vânia disse que o balão teria tentado um pouso de emergência quando o fogo começou e que durante esse primeiro momento, o piloto e outros 12 passageiros conseguiram saltar e sobreviver. Porém, com o balão já comprometido pelas chamas, e o salto dos demais passageiros, portanto mais leve, o balão voltou a subir, o que agravou a situação, impedindo que as demais vítimas pudessem saltar, culminando na morte dos demais ocupantes.
A caxiense explicou que, entre os sobreviventes, estava uma jovem de Joinville que perdeu os pais no acidente. Desorientada e coberta de lama, em verdadeiro estado de choque, ela foi acolhida por familiares da moradora de Praia Grande. Segundo a caxiense, ela estava desesperada, procurando pelos pais e ficou com a família dos caxienses, até ser amparada pelos parentes que vieram de Joinville. Vânia ainda disse em entrevista para a Rádio Caxias, que a comunidade local, abalada, se mobilizou no resgate e no acolhimento das demais vítimas.

Segundo o secretário estadual de Turismo, Ronaldo Santini, que também concedeu entrevista à Rádio Caxias, o trágico acidente expôs uma ferida aberta no turismo de aventura no Brasil: a ausência de uma regulamentação robusta e eficaz para atividades como o balonismo. Conforme o secretário, não se trata de apontar culpados prematuramente, mas de reconhecer que a falta de regras claras para voos turísticos é, no mínimo, preocupante. Ele ainda foi categórico ao afirmar que a regulamentação do balonismo deve deixar de ser promessa e virar política pública concreta, antes que novas vidas sejam perdidas.
As investigações seguem para apurar as causas do incêndio e se houve falhas de segurança por parte da empresa responsável pelo passeio. Enquanto isso, a solidariedade dos moradores da pequena comunidade catarinense contrasta com a dor da tragédia que sensibilizou o país também pelas “fortes” imagens gravadas e distribuídas pelas redes sociais. O balão envolvido no acidente tinha capacidade para 24 pessoas e transportava 21, incluindo o piloto.
Confira abaixo a entrevista completa