Foi rejeitada por maioria na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (28), uma moção de repúdio à transferência de alunos e encerramento das turmas de 9º ano na rede municipal de ensino. De autoria coletiva, 11 vereadores votaram contrários e 9 a favor. Mesmo com diversas falas contrárias e presença da comunidade escolar o documento não foi aprovado.
O Executivo caxiense informou que 15 escolas municipais deixarão de ofertar o 9º ano em 2026, que será absorvido por escolas estaduais que já ofertam o Ensino Médio. Ao todo, 928 estudantes, que atualmente cursam os 8º anos serão transferidos, conforme estudo e parceria realizados pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) e 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). O Município alega falta de estrutura para atender a demanda atual pelos anos iniciais.
A vereadora Estela Balardin (PT) citou que a questão está sendo tratada de forma unilateral. Apontou que o Executivo está apenas pensando em estrutura física e nas vagas, mas sem tratar da qualidade do ensino e vínculos, ignorando, de acordo com ela, os princípios básicos da educação.
Os vereadores Lucas Caregnato (PT), Sandra Bonetto (Novo), Daiane Melo (PL), Andressa Marques (PCdoB) e Rose Frigeri (PT) também se manifestaram contrários ao decreto municipal, pediram a suspensão da mudança e encontro com o prefeito Adiló Didomenico (PSD) e o vice Edson Néspolo (União Brasil).
O ex-secretário municipal de Educação e integrante da base do governo, Edson da Rosa (Republicanos) manifestou seu voto favorável á moção. Ele explicou que o documento se trata de uma linha de pensamento e que desde que ficou sabendo da tomada de decisão, se colocou contra a forma que está sendo feito. Disse que ele não poderia nesse momento não manter a coerência do que vinha defendendo nas suas manifestações.
Apesar das falas contrárias ao decreto do Município, os parlamentares favoráveis à transferência não se manifestaram.
A pauta foi acompanhada na sessão por dezenas de alunos e integrantes da comunidade escolar no plenário, entre eles, estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Giuseppe Garibaldi, do bairro Cristo Redentor, uma das envolvidas no processo. Em apoio à moção e segurando cartazes, acompanharam a votação. Houve grande revolta dos presentes após a rejeição do documento, que se retiraram do plenário com falas de protesto. A sessão precisou ser suspensa.
