Um fenômeno conhecido como domo ou cúpula de calor tem tomado conta do Rio Grande do Sul, ao longo desta semana. A tal “bolha de calor”, processo comparável ao efeito de uma tampa sobre uma panela, retendo o calor, também atinge a região de Caxias do Sul.
Segundo o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, da MetSul Metereologia, o fenômeno ocorre quando uma área de alta pressão estaciona sobre uma região por dias ou semanas, aprisionando o ar quente. Nachtigall esclarece que, a massa de ar quente, inicialmente concentrada no oeste do Estado, agora se espalha por todo o território gaúcho. O especialista ainda esclarece que esse cenário traz consigo calor intenso, mas também aumenta o risco de chuvas localmente fortes, com raios, trovoadas e temporais localizados, típicos do verão. Ventos fortes e até granizo isolado podem ocorrer, principalmente na sexta-feira. Ainda conforme o meteorologista, as temperaturas seguirão elevadas no final de semana, ultrapassando os 30°C em Caxias do Sul, com sol e nuvens durante o dia e possibilidade de pancadas de chuva à tarde e à noite.
O calor extremo na região integra uma bolha de calor que atinge países vizinhos como Argentina, Uruguai e Paraguai, além de outras áreas do Brasil, com termômetros podendo alcançar até 42°C. Contudo, o calorão deve dar uma trégua, a partir do dia 19 de janeiro, com a formação de uma nova frente fria. A previsão é de que ela leve chuvas primeiro para o Rio Grande do Sul e siga evoluindo para os demais estados da região Sul.
Além das altas temperaturas, o Rio Grande do Sul continua a enfrentar os impactos de mudanças climáticas. O ano passado foi marcado por uma enchente histórica no estado, além de ser o ano mais quente registrado no Brasil desde 1961.