Foi realizado na tarde desta quarta-feira (8) um movimento de protesto contra o fechamento do Centro de Cultura Henrique Ordovás. A manifestação iniciou por volta das 18h, contando com a participação de cerca de 100 artistas e produtores culturais caxienses, segundo relata a organização do evento.
O ato é uma resposta ao fechamento do espaço, que ocorreu na segunda-feira (6), causado por ameaças contra a exposição e a integridade física dos funcionários, por conta da exposição “Baixa Colateral Distópica”, do artista goiano Rondinelli Linhares, devido ao teor erótico de algumas obras da exposição. O advogado e um dos organizadores da manifestação, Gerson Toigo, destaca a importância do espaço para a comunidade e a controvérsia na decisão do poder público pelo fechamento do local.
Ainda na quarta-feira, o Ministério Público se manifestou sobre o caso por meio de nota, afirmando que a exposição não representava uma afronta ao direito fundamental à proteção da integridade de crianças e adolescentes. Conforme a nota, “A exposição não afronta o direito fundamental à proteção integral de crianças e adolescentes, uma vez que localizada numa sala reservada do Centro de Cultura Ordovás e com indicação etária na porta de acesso, de modo que apenas é permitido o ingresso para maiores de 18 anos de idade”.
A manifestação de repúdio ocorreu de forma tranquila e ordeira, com a presença da Guarda Municipal. Gerson reitera a necessidade uma investigação para identificar e responsabilizar os autores das ameaças, garantindo o respeito à Constituição Federal e a liberdade de expressão da arte e da cultura.
Além do abraço simbólico ao centro cultural, foi produzido um texto de autoria do grupo Amigos e Afetos do Centro Municipal Henrique Ordovás Filho, que foi colocado na porta do estabelecimento, pedindo a reabertura do espaço.
“A arte questiona e impulsiona a vida! A diversidade abraça o convívio entre diferentes pensamentos. O Centro Municipal de Cultura Henrique Ordovás Filho é um espaço que simboliza isso tudo. Ele é um dos principais pontos pulsantes da cena artística e cultural de Caxias do Sul. Por isso, quando ele é fechado, ficamos sem um dos espaços mais significativos da cidade. No momento em que são acenados possíveis ataques a este patrimônio histórico caxiense e seus trabalhadores por causa da exposição Baixa Colateral Distópica, aqui abrigada, queremos a proteção deste prédio e das atividades nele programadas. Temos afeto pelo Ordovás, ele é nosso lugar de pertencimento. Por isso desejamos que ele reabra e siga acolhendo a todos com amor e as gentilezas possíveis para o seguirmos em paz!”