É o que garante um geólogo, ouvido pela reportagem da Rádio Caxias. Ainda assim, eles surpreenderam moradores de Caxias do Sul, na madrugada desta segunda-feira (13). A situação deixou a população já alarmada em meio a uma série de desafios enfrentados pela cidade, devido às intensas chuvas dos últimos 10 dias. A preocupação crescente com deslizamentos de terra em encostas agravou ainda mais a sensação de insegurança entre os moradores, que associaram imediatamente à possibilidade de mais deslizamentos.
Os tremores foram detectados em quatro bairros: Madureira, Universitário, Pio X e Jardim América, todos localizados em áreas próximas a encostas. O 5º Batalhão de Bombeiro Militar relatou que cerca de 200 ligações foram atendidas no período entre às 3h e às 4h da madrugada.
O geólogo e ex-secretário de Meio Ambiente do município, Nerio Susin, ressaltou que este não é o primeiro episódio de tremores registrados em Caxias do Sul. No entanto, ele tranquiliza a população, afirmando que os tremores anteriores não resultaram em danos significativos, quando muito em algumas rachaduras e queda de rebocos. Susin interpreta os recentes tremores como parte do processo de acomodação do solo e que a região enfrenta periodicamente.
O geólogo ainda destaca que após os primeiros registros de tremores na região, que iniciaram em 1985 e depois em 2005, 2006, 2007 e em 2009, a Serra se preparou com aquisições de equipamentos que são capazes de medir as vibrações. Portanto, todas as ocorrências reportadas, por mais forte que fossem, não chegaram ao nível 4 da Escala Richter, medição padrão para avaliar a força de tremores. Ele ainda afirma que trata-se de um movimento natural e que, apesar das chuvas torrenciais, que acumulam estragos na região; o geólogo afirma que não há indícios que conectem os fatos.
O Diretor de Gestão Ambiental da SEMMA, geólogo Caio Torques, explica que é natural que existam vazios no solo e, com o excesso de chuva, isso provoque uma aceleração dessas acomodações, pelo fato da água causar uma lubrificação e fazer com que, em determinados momentos, hajam movimentos por motivos de acomodações do solo.
‘’A rocha vulcânica é maciça, então ela propaga lateralmente as vibrações, por isso é fácil de sentir em superfície, mas ele não tem poder de destruição. Então a população tem que ficar tranquila aí que esse evento não tem poder de causar danos, só danos superficiais.’’
Segundo informações da Rede Sismográfica Brasileira, mais dois tremores foram registrados, nesta madrugada, em cidades da região. Um deles ocorreu em Bento Gonçalves, por volta de 1h48min da madrugada, e outro, em Pinto Bandeira, às 2h37. Ambos sem registro de feridos. Apesar disso, a orientação da Defesa Civil é que a população permaneça em suas casas, a não ser que seja percebido um dano estrutural, seja ele na rua ou nos imóveis, a exemplo de rachaduras.