A menos de três meses da COP30, que será realizada em Belém (PA), o Brasil já vê reflexos da mobilização climática global em ações locais. No Rio Grande do Sul, a recém lançada I9 inaugura uma estrutura inédita para tratamento de efluentes oleosos, reforçando o compromisso com a sustentabilidade industrial.
Com sede em Estância Velha (RS), a empresa tem capacidade para processar até 600 mil litros por dia de resíduos líquidos contaminados por óleo — problema ambiental ainda pouco enfrentado no país. A operação representa um avanço logístico e ambiental, eliminando a necessidade de envio desses resíduos para fora do estado.
Segundo o diretor da empresa, Eduardo Carvalho, a iniciativa chega num momento estratégico, impulsionada pelo contexto da COP30. Em entrevista para a Rádio Caxias, ele disse que “a I9 surge como parte da solução para um problema ambiental silencioso, mas urgente”.
Os efluentes oleosos são misturas de água, óleo e sólidos geradas por setores como automotivo, metalmecânico, galvanoplastia, oficinas e postos de combustíveis. Quando descartados de forma inadequada, contaminam solos, rios e lençóis freáticos.
De acordo com Eduardo Carvalho, “se trata de um tipo de poluição com alto impacto ambiental. Ou seja, o tratamento adequado preserva recursos hídricos já comprometidos no estado”.
Com investimento inicial de R$ 6 milhões, a I9 foi projetado com foco em inovação e conformidade ambiental. O diretor garante que a estrutura é capaz de tratar resíduos perigosos como cianeto e cromo hexavalente, além de emulsões oleosas, oferecendo soluções personalizadas para diferentes perfis de clientes. Além dos ganhos ambientais, a operação local reduz custos de transporte. Empresas gaúchas projetam economia de até R$ 500 mil ao ano apenas com frete.
De acordo com Carvalho, “sustentabilidade virou estratégia de eficiência e competitividade. E quem investe em gestão ambiental ganha em imagem, processos e resultados financeiros”.
A estreia oficial da I9 ocorreu em maio, na 10ª edição da Fiema Brasil, em Bento Gonçalves. A expectativa é que a empresa se consolide como referência no sul do país, em um momento em que o Brasil assume papel central nas discussões climáticas internacionais.
Na opinião do diretor da empresa, “preservar o meio ambiente e desenvolver negócios sustentáveis agora caminham juntos”.
Confira aqui a entrevista completa.