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Caxias do Sul: entre memórias preservadas e patrimônios perdidos

  • Jonatan Mombach
  • 16/08/2025
Inauguração do Hospital Beneficente Santo Antônio, na rua Júlio de Castilhos. Caxias do Sul, 13 de junho de 1931. Autoria não identificada. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. Nota: no local funcionou a Casa de Saúde do Dr. Carbone (1926-1931), e a Casa de Negócios de Vicente Rovea – Comércio de Secos e Molhados (1890-1920).

Caxias do Sul respira história. Em cada esquina, há marcas do trabalho, da fé e dos sonhos de quem ajudou a construir a cidade. Mas, ao mesmo tempo, há espaços vazios onde antes se erguiam memórias. Prédios que sumiram, fachadas que perderam a identidade, tradições que correm o risco de desaparecer. Como equilibrar o desenvolvimento urbano e a preservação da história?

E o mais importante, como garantir que o patrimônio cultural não fique registrado apenas em fotografias antigas?

Desde sua fundação, Caxias carrega as marcas da imigração italiana — que teve início a partir de 1875 — e se manifesta em uma diversidade arquitetônica: casas, edifícios comerciais, indústrias e espaços religiosos. No entanto, durante quase um século, essas construções permaneceram sem proteção coordenada, resultando em perdas irreparáveis que hoje poderiam integrar o roteiro turístico e cultural da cidade.

Somente às vésperas do centenário da imigração, em meados de 1975, emergiu uma mobilização social pelo tema. Segundo a arquiteta urbanista e coordenadora da Divisão de Proteção ao Patrimônio Histórico de Caxias do Sul (DIPPAHC), Rosana Guarese, Caxias do Sul iniciou o processo de luta pela preservação do patrimônio histórico na década de 70, com a criação de organismos como o Museu da Casa de Pedra, o Arquivo Histórico Municipal e a primeira Comissão do Patrimônio Histórico local. Embora essas iniciativas tenham impulsionado políticas e legislações ao longo dos anos, a cidade ainda perdeu muitos imóveis de valor histórico devido à pressão econômica e à rápida transformação urbana.

Na época, o prédio que hoje abriga o Arquivo Municipal esteva ameaçado de demolição, sendo salvo por uma campanha popular apoiada por artistas, estudantes e empresários locais. Conforme Rosana, no início, a proteção era limitada e mais baseada na vontade política do que em instrumentos legais sólidos. Com o tempo, leis específicas foram criadas, culminando na legislação atual (2012/2013), que define critérios para tombamento das edificações e inclui mecanismos como a avaliação de imóveis com mais de 50 anos antes de sua demolição. Essas ferramentas possibilitaram a preservação de construções como o Museu Municipal, a Casa Saldanha e o casarão Sassi.

Apesar do entusiasmo inicial, nem todas as batalhas tiveram um final feliz. A tentativa de preservar o Cinema Ópera, no início dos anos 1990, fracassou diante da falta de interesse da administração pública, culminando na destruição do prédio após um incêndio. Para a professora Elenira Prux, que trabalha no Arquivo Histórico Municipal desde 1997, e integrou o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (COMPAHC) por mais de duas décadas, o maior obstáculo não está apenas nas leis, mas na falta de engajamento dos proprietários e da comunidade.

A lista de perdas é extensa. Caxias do Sul perdeu inúmeros prédios históricos antes e depois da década de 1970. Casos como o do Banco Nacional do Comércio, a casa da Cúpula de Bronze, o Cinema Ópera, a residência de Vicente Rovéa, o antigo Vagão Bar e muitos outros, alguns mesmo com recomendações de tombamento.

Demolição do Banco Nacional do Comércio, em frente a Praça Dante Alighieri. Caxias do Sul, final da década de 1960. Autoria: Mauro De Blanco. Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

A desmobilização atingiu o conselho, que só foi reativado em 1997, período em que importantes reformas e restaurações foram realizadas, como o Museu Municipal e a implantação do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Para preservar a memória de edificações demolidas, a DIPPAHC está criando fichas de registro vinculadas aos lotes originais, que documentam histórias e imagens desses imóveis.

A arquiteta esclarece que o tombamento não significa “congelar” o imóvel, algo que carece de compreensão por parte de muitos proprietários. Reformas, adaptações e mudanças de uso são possíveis, desde que respeitem critérios técnicos. A sustentabilidade econômica dos prédios ainda é um desafio. No entanto, exemplos como o Palacete Éberle e a Cantina Pão e Vinho, que hoje, após restaurações, se tornaram estabelecimentos comerciais – Restaurante Aristocracia e Tannat, wine bar, respectivamente -, mostram que é possível conciliar preservação e ocupação contemporânea.

Atualmente, Caxias do Sul conta com 54 bens tombados pela lei municipal e outros dois em nível estadual (a Estação Férrea e o Antigo Hospital Carbone). Qualquer pessoa, incluindo o próprio proprietário ou o município, pode solicitar o tombamento. O processo é constituído de pesquisa histórica, avaliação arquitetônica e análise do entorno, considerando não apenas a estética, mas também a relevância social e cultural da construção. O valor de um imóvel não está apenas na sua arquitetura ou na associação a figuras amplamente reconhecidas. Histórias de moradores e acontecimentos relevantes para comunidades específicas também são consideradas. Rosana destaca a importância desse olhar voltado à preservação de memórias locais e coletivas.

O abandono da Maesa, um dos maiores patrimônios arquitetônicos da cidade, é um claro exemplo de inércia dos órgãos públicos. A antiga metalúrgica tombada teve a responsabilidade transferida pelo estado ao município em 2013, contudo, ainda aguarda por reparos e uma nova utilidade. Problemas no telhado, identificados há anos, nunca foram solucionados, comprometendo pisos e estruturas internas.

Fábrica de Máquinas da Metalúrgica Abramo Eberle S.A. – MAESA, situado na rua Dom José Barea, na época rua Visconde de Mauá, Caxias do Sul, [1949-1950]. Autoria: Studio Geremia. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Apesar de tudo isso, a Maesa possui um grande potencial de reutilização graças à sua estrutura robusta e flexível. O custo para restauração é elevado, mas um estudo técnico já definiu diretrizes globais para ocupação e aproveitamento dos espaços, que devem ser respeitadas mesmo que as obras sejam feitas por etapas. Elenira crítica a morosidade dos entes públicos no caso da Maesa e cobra ações imediatas e mais assertivas para o restauro da edificação, que também serviriam de exemplo para situações futuras, evitando que as mesmas falhas sejam cometidas.

Para a coordenadora da DIPPAHC, o maior obstáculo enfrentado na luta pelo tombamento de prédios históricos é a resistência de proprietários, especialmente em áreas urbanas valorizadas, que temem perder potencial construtivo. Na zona rural, a adesão é maior devido à ausência dessa pressão e à possibilidade de acessar incentivos para restauração. A falta de compreensão sobre o tombamento e a escassez de mecanismos atrativos na legislação também limitam avanços.

Conclusão da primeira etapa da construção do prédio principal da Metalúrgica Abramo Eberle, localizado na rua Sinimbu, e construção do prédio aos fundos. Em destaque na esquina das ruas Sinimbu e Marquês do Herval, o prédio do antigo Hotel Bela Vista. Caxias do Sul, [1946-1950]. Autoria Giacomo Geremia. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Na visão de Elenira, preservar é um esforço conjunto. Comunidade, poder público e proprietários precisam agir de forma integrada. A educação patrimonial, desenvolvida no Arquivo Histórico, busca justamente despertar nos cidadãos a atenção para detalhes arquitetônicos e para a história por trás das construções.

Preservar fisicamente os imóveis é a forma mais eficaz de transmitir memória histórica. Rosana ressalta que livros e placas são importantes, mas nada substitui o impacto de vivenciar a arquitetura original. Ela defende a adoção de mais ações de educação patrimonial, visitas guiadas e parcerias com universidades para fortalecer o reconhecimento social do patrimônio histórico e cultural da cidade.

Caxias do Sul vive um contraste entre memória e esquecimento — edificações que narram a formação imigrante da cidade convivem com intervenções descuidadas ou perdas materiais. Muito foi perdido, porém muito ainda pode ser salvo. É possível conciliar preservação e uso contemporâneo, mantendo viva a memória coletiva. Iniciativas como a busca por alternativas viáveis de ocupação e a valorização de imóveis emblemáticos, como a Maesa, reforçam que preservar é também planejar o futuro.

Com diálogo, educação patrimonial e engajamento da comunidade, cada prédio protegido se torna um elo entre o passado e as novas gerações, garantindo que a história de Caxias continue a ser contada não apenas nos livros e fotografias, mas nas ruas e nas fachadas que resistem ao tempo.

Tags:
  • Arquivo Municipal
  • caxias do sul
  • história
  • maesa
  • patrimônio histórico
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