A inteligência artificial está revolucionando a forma como empresas criam, inovam — e também como elas precisam se proteger. A Propriedade Intelectual, antes vista como uma burocracia jurídica, agora é considerada um investimento estratégico essencial para garantir exclusividade, valor de mercado e segurança jurídica.
Segundo especialistas, proteger ativos intangíveis como marcas, patentes, direitos autorais e softwares já não é uma escolha — é uma necessidade, especialmente em um cenário de alta concorrência e inovação acelerada.
Fernanda Rauter, especialista em Propriedade Intelectual, também concorda e acrescenta que “com a velocidade da inteligência artificial, o empresário que não se antecipa corre o risco de ver suas criações sendo copiadas — por concorrentes ou até por robôs.” Ou seja, a proteção evitaria prejuízos, garantindo segurança e valorizando o negócio.
A pergunta que está no centro da discussão agora é: quem é o dono de uma criação feita com inteligência artificial?
De acordo com Fernanda, a legislação brasileira ainda não tem uma resposta clara. A atual Lei de Direitos Autorais é de 1998 — muito antes da IA entrar em cena. Enquanto isso, países como os Estados Unidos já reconhecem obras criadas com IA, desde que haja participação humana significativa.
Essa incerteza jurídica afeta diretamente áreas como marketing, design, tecnologia e conteúdo digital, onde o uso de IA já é rotina. Sem proteção, empresas correm riscos imediatos, como perder o direito sobre suas marcas, ou até serem processadas por uso indevido de obras protegidas.
Fernanda Rauter lembra que o erro mais comum entre pequenos empreendedores é achar que a propriedade intelectual é assunto de empresa grande: “Quem está começando precisa proteger ainda mais. Imagina investir em marca, fachada, identidade visual… e depois ser obrigado a mudar tudo porque alguém já registrou aquele nome.”
Além da proteção, a propriedade intelectual valoriza o negócio. Ativos registrados podem ser vendidos, licenciados, gerar royalties e até atrair investidores. Em processos de fusão, aquisição ou expansão internacional, ter uma marca ou patente registrada pode fazer toda a diferença.
Por isso, o recado deixado por Fernanda é claro: proteger o que é criado é investir no futuro da empresa. A Propriedade Intelectual não é mais um luxo — é uma estratégia de sobrevivência e crescimento em um mercado cada vez mais digital e competitivo.