O Brasil acaba de ser oficialmente retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), conforme o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025”, divulgado em julho deste ano. O país reduziu a taxa de subalimentação para menos de 2,5% da população, o que permitiu sua exclusão da classificação de nação com alto índice de fome.
A conquista é um reflexo direto da implementação e fortalecimento de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e nutricional, com especial destaque para a agricultura familiar, programas de transferência de renda e a reestruturação de iniciativas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e restaurantes populares. Tais programas, que têm sido cada vez mais inclusivos e estruturantes, buscam combater a insegurança alimentar, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, comemorou a notícia, destacando a importância da agricultura familiar e da atuação de políticas públicas na recuperação da segurança alimentar no Brasil. Para Pretto, a saída do Mapa da Fome representa um avanço significativo, especialmente, depois do retrocesso observado durante a pandemia de Covid-19, quando o país viu o número de pessoas em situação de fome disparar para 33 milhões.
Ele explicou que, atualmente, a Conab tem trabalhado para fortalecer a rede de agricultores familiares, sendo uma das principais responsáveis pelo PAA, programa que adquire alimentos diretamente de pequenos produtores rurais e garante que esses alimentos cheguem às mesas de quem mais precisa. Em 2023 e 2024, o PAA comprou 132 milhões de quilos de alimentos, envolvendo 133 mil famílias de agricultores em mais de 5.700 cooperativas e associações.
De acordo com Pretto, a parceria entre governo federal, Conab e demais órgãos tem sido fundamental para garantir que as populações mais vulneráveis tenham acesso a alimentos de qualidade, com a Conab atuando na distribuição de alimentos em momentos de crise, como em situações de desastres naturais, e no apoio contínuo aos agricultores com financiamento e assessoria técnica.
Além disso, a Conab também tem um papel crucial na negociação e garantia de preços mínimos para produtos agrícolas, como o caso da fruticultura na Serra Gaúcha, contribuindo para a estabilidade do mercado e para o escoamento da produção.
O avanço na política agrícola também está refletido no desempenho da safra agrícola nacional, que, em 2025, deverá atingir um recorde de 339 milhões de toneladas de grãos, com um aumento significativo na produção de alimentos voltados ao consumo interno, como arroz, feijão e hortaliças.
Dessa forma, o Brasil segue em direção a um futuro mais seguro em termos de alimentação, e a retirada do país do Mapa da Fome representa uma grande vitória, fruto de ações políticas e sociais estratégicas. O desafio agora é manter e expandir esses avanços, para que a segurança alimentar se torne uma realidade definitiva para todos os brasileiros.