A denúncia foi feita pelas vereadoras Andressa Marques (PCdoB) e Rose Frigeri (PT), após uma visita ao Centro Pop Rua, na noite de segunda-feira (19). As críticas ocorrem em torno da desativação do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), voltado a pessoas em situação de rua, que está suspenso desde 14 de abril. Atualmente, o atendimento noturno é realizado pelo plantão social, que funciona das 19h às 7h do dia seguinte, durante a semana, e 24 horas aos finais de semana e feriados.
O serviço agora funciona em regime de sobreaviso, com técnicos especializados do Centro Pop Rua. Além disso, um segurança e uma motorista terceirizados ficam de plantão para eventuais ocorrências e, caso não haja demanda, nenhum atendimento é prestado.
A vereadora Andressa Marques critica o uso de recursos públicos na contratação dos profissionais terceirizados. Ela ressalta que, anteriormente, a abordagem social promovia atendimentos preventivos e encaminhamentos, enquanto o atual modelo vai na contramão da política de assistência.
Já a vereadora Rose Frigeri destaca que, desde o encerramento do serviço de abordagem noturna, o atendimento às pessoas em situação de rua passou a ser improvisado e ineficaz. Ela também menciona a existência de um projeto em andamento voltado à educação dessa população, com a proposta de criação de um espaço destinado ao estudo, à higiene e ao acolhimento. No entanto, segundo a vereadora, a iniciativa enfrenta resistência e dificuldades para ser implementada no município.
Procurada pela reportagem, a diretora de Proteção Social Especial de Média Complexidade da Fundação de Assistência Social (FAS), Cristiane Oliboni, salienta que os serviços para pessoas em situação de rua não estão deixando de ser prestados. Apenas foi adotada uma nova formatação, tendo em vista a necessidade de investimentos na prevenção da vulnerabilidade e a disponibilidade de um serviço terceirizado, se optando por utilizá-lo de forma momentânea. Atualmente, a Prefeitura de Caxias do Sul trabalha na elaboração de um estudo técnico. Em seguida, será aberta uma licitação para que entidades interessadas possam se candidatar à realização de um censo que deverá contabilizar quantas pessoas vivem em situação de rua na cidade.
De acordo com os dados mais recentes da FAS, o CadÚnico registra 990 pessoas em situação de rua em Caxias do Sul. Já o Centro Pop Rua atendeu, em média, 536 pessoas nos três primeiros meses de 2025.