Promovida pela Sociedade Brasileira de Cefaleia, a Campanha Maio Bordô, tem como objetivo conscientizar a população sobre o impacto das dores de cabeça na vida cotidiana e a importância de procurar um médico ao identificar sintomas recorrentes. Com o lema “13 é demais”, a campanha alerta para o fato de que a dor de cabeça, quando se apresenta por mais de três dias, ao mês durante três meses consecutivos, deve ser um sinal para que a pessoa busque orientação médica especializada.
De acordo com a médica neurologista cooperada da Unimed Serra Gaúcha, Paula Gasperin, a dor de cabeça é uma das condições mais incapacitantes, afetando a qualidade de vida, a produtividade no trabalho e o bem-estar social de milhões de brasileiros. A prevalência da cefaleia no Brasil varia entre 43% e 93% da população, com destaque para dois tipos mais comuns: a cefaleia tipo tensão e a enxaqueca. Estima-se que 30 milhões de brasileiros convivam com enxaqueca, um transtorno que pode causar graves prejuízos tanto no âmbito profissional quanto social.
Segundo a Dra. Paula, a dor de cabeça crônica é acompanhada de preconceitos e alguns estigmas. Muitas vezes, é vista como uma condição emocional ou psicológica, o que dificulta o entendimento e a empatia no ambiente familiar e profissional. Porém, ela orienta que é fundamental compreender que as cefaleias podem ter causas genéticas e multifatoriais, e não devem ser encaradas apenas sob a ótica psicosomática. Ou seja, o tratamento adequado, que pode incluir acompanhamento médico especializado com um neurologista cefaliatra, é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, a médica ressalta que, embora a dor de cabeça tenha várias causas e características, mudanças no padrão da dor — como aumento de intensidade, frequência ou alterações na qualidade da dor — devem sempre motivar uma consulta médica. Conforme a neurologista, também é importante observar sinais de alarme, como a primeira dor de cabeça da vida, dor explosiva, dor noturna, dor associada à febre ou outros sintomas neurológicos, entre outros.
Na opinião da profissional, prevenir a dor de cabeça também envolve cuidados com o estilo de vida. Manter uma rotina de sono regular, praticar atividades físicas, ter uma alimentação balanceada e evitar o consumo excessivo de alimentos industrializados são medidas essenciais para reduzir o risco de crises. A hidratação adequada e o controle de doenças pré-existentes, como hipertensão e diabetes, também desempenham um papel fundamental na prevenção e manejo da dor.
A campanha Maio Bordô, além de informar, busca quebrar tabus e incentivar as pessoas a procurarem ajuda médica para o tratamento da dor de cabeça, contribuindo para uma vida mais saudável e livre do sofrimento diário causado pela condição. A conscientização e o diagnóstico precoce são aliados no combate a essa doença que afeta tantas pessoas ao redor do mundo.