O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica (Caocon), com apoio do Ministério Público do Maranhão, lançou uma cartilha informativa sobre empréstimos consignados e prevenção a fraudes financeiras que afetam, principalmente, pessoas idosas e com deficiência. O material é gratuito e destinado a todas as pessoas interessadas em entender melhor como funcionam os empréstimos consignados e como se prevenir contra fraudes.
Diante do aumento de golpes e descontos ilegais, especialmente na região da Serra Gaúcha, o coordenador do Caocon, Procurador de Justiça André Ricardo Colpo Marchesan, destacou a importância do material. Segundo ele, “o objetivo é esclarecer. Facilitar a compreensão das pessoas e ajudá-las a se proteger”. Neste sentido, ele orienta que a entidade idealizou uma cartilha que, originalmente, foi criada pelo Ministério Público do Maranhão e que foi adaptada à realidade do Rio Grande do Sul.
O procurador informou durante a entrevista para à Rádio Caxias que a cartilha está disponível no site do Ministério Público, neste link . Segundo Marchesan, a cartilha foi desenvolvida de forma acessível e didática, com linguagem simples e visualmente intuitiva. O procurador esclarece que ela trata de temas centrais como: o que é um empréstimo consignado, quais são os cuidados ao contratar, como identificar golpes e proteger dados pessoais. Inclusive, para facilitar ainda mais a vida dos usuários foi criado um QR Code, para facilitar o acesso ao conteúdo, que pode ser conferido abaixo:
Marchesan enfatiza que um dos maiores perigos a que as pessoas vulneráveis estão expostas é a perda de controle sobre os próprios dados e as autorizações de desconto. E faz um alerta: “é preciso observar o que está sendo descontado, entender os diferentes tipos de contratação e, acima de tudo, proteger seus dados pessoais. Não se deve fornecer informações nem adiantar valores para receber empréstimos. Isso já evita boa parte das fraudes”.
Outro ponto importante, abordado na cartilha, é o papel da família. Conforme Marchesan, muitas vezes, idosos não têm familiaridade com o ambiente digital e podem ser alvos mais fáceis. Neste sentido, ele recomenda que, “se possível, peça ajuda de algum familiar.” Marchesan também destacou que muitos golpes utilizam ligações com números falsos e linguagem que não condiz com a realidade local, o que deve servir de alerta.
A cartilha ainda reforça a importância de registrar conversas, guardar prints de WhatsApp, exigir contratos claros e não assinar nada sem esclarecimento. Por último, Marchesan orienta: “mesmo nos bancos sérios, é preciso garantir que os termos estejam compreendidos. A pessoa que apresenta a proposta, muitas vezes, não representa a instituição financeira”. Para Marchesan, o caminho mais eficaz para a proteção ainda é a informação.
Confira aqui a entrevista completa.