O Carnaval de Caxias do Sul promete ser um dos melhores dos últimos tempos. E se o assunto depender dos integrantes dos Blocos carnavalescos que contagiam a alegria dos milhares de foliões espalhados pela cidade, a grande festa popular irá ser “fora do normal” para as diferentes idades e tamanhos. A festa com os Blocos integra o calendário de atividades carnavalescas do município em 2025. Os Blocos tomam as ruas nos dias 1º e 2 de março. Um deles, conhecido dos foliões, é o Bloco da Velha que neste ano celebra a 13ª edição, com a expectativa de reunir cerca de 60 mil participantes.
Para um dos organizadores do Bloco da Velha, Guilherme Martinatto, que concedeu entrevista à Rádio Caxias na manhã desta segunda-feira (10), organizar o evento de um Bloco também merece muita responsabilidade. Segundo ele, é uma tarefa complexa pois cada Bloco possue suas características, bem diferente por exemplo que uma Escola de Samba do Carnaval de Rua. Martinatto acrescente que é preciso muito envolvimento para levar um Bloco para a rua com a busca de apoios e patrocínios que façam o carnaval acontecer com a presença e contratação de músicos, vestimentas dos foliões, performances, caminhão para som e muitas outras coisas. Ele recordou que o Carnaval de Rua geralmente recebe investimentos e recursos públicos o que não acontece com a organização dos Blocos carnavalescos.
Questionado sobre a falta de entendimento de algumas pessoas que por vezes acabam confundindo o carnaval como um ato apenas de “gastos”, Martinatto afirmou que é necessário entender que a data representa a maior festa popular do país e com um grande apelo de “valor cultural”. Com a realização do carnaval, segundo Martinato, se cria um calendário especial para que os turistas possam estar em Caxias do Sul. De acordo com ele, isso tudo agrega na compra de produtos, roupas e fantasias girando a economia da cidade. Ele explica a diferença entre os Blocos e o Escolas de Samba (Carnaval de Rua).
Ele ressalta que os Blocos são sustentados, principalmente, por recursos de leis municipais de incentivo e outras formas de arrecadação, enquanto as Escolas de Samba trabalham em outro contexto comunitário, sendo dois estilos distintos.
Uma novidade no Carnaval de Rua de Caxias
Para este ano o Carnaval de Rua de Caxias do Sul contará com uma novidade. O centro da cidade será o palco para a primeira rainha de bateria transgênero. A artista e educadora social Yan Scherer, de 30 anos, foi escolhida para ocupar o posto e irá desfilar pela Associação Cultural Esportiva São Vicente. A agremiação, sediada no bairro Jardelino Ramos, levará à Rua Plácido de Castro o enredo “O quilombo que nunca se calou”, uma homenagem ao continente africano.
Yan conta que a paixão pela festividade vem desde a infância. Ela destaca a alegria de ter sido escolhida e a importância da representatividade proporcionada pelo evento.
O desfile do Carnaval de Rua ocorre no dia 8 de março, às 20h e contará com a participação de seis agremiações: Acadêmicos Pérola Negra, Escola de Samba Nação Verde e Branco, Acadêmicos Filho de Jardel, Unidos do É O Tchan, Acadêmicos XV de Novembro e Associação Cultural Esportiva São Vicente.