O início de 2025 trouxe uma série de desafios financeiros para as famílias caxienses, com o aumento de custos em diversos setores, a exemplo do reajuste no combustível, o aumento das tarifas de pedágio e o pagamento de encargos anuais como Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), pois, muitas pessoas, se vêem sobrecarregadas com essas despesas adicionais, no começo do ano. Sem falar no início do ano letivo, que também exige uma atenção especial ao orçamento familiar, com a compra do material escolar.
Pensando nisso, a Rádio Caxias conversou com o economista, Mosar Leandro Ness, especialista em finanças. Segundo o entrevistado, o cenário deste começo de ano é preocupante, principalmente, por conta dos gastos que, apesar de previstos, acabam pesando mais do que o esperado. “O reajuste nos combustíveis, que até então se mantinha estável, teve um aumento considerável, impactando diretamente o bolso das famílias. Além disso, o aumento do CMS sobre esses produtos agrava ainda mais a situação”, alerta.
Conforme Mosar, o impacto no orçamento das famílias caxienses é claro, uma vez que o item transporte representa cerca de 7% das despesas mensais. Ou seja, com o aumento do combustível, esse percentual tende a subir, comprometendo o poder de compra da população. O economista, no entanto, aponta que é possível enfrentar essa situação com uma gestão financeira mais cuidadosa. Afinal, segundo Mosar, para muitos, os gastos por impulso têm sido o principal vilão, isso inclui compras não planejadas, como itens adicionais enquanto se vai à padaria ou ao supermercado, que podem parecer inofensivas, mas somadas, ao longo do mês, podem impactar significativamente o orçamento familiar. “Esses pequenos gastos por impulso somados podem resultar em um aumento de mais de 600 reais no final do mês”, alerta. Na opinião do economista, a chave para evitar esse tipo de despesa é o autocontrole e o planejamento.
O especialista também destaca a importância de não cair na armadilha do crédito, algo que leva muitas famílias a entrarem em um ciclo de endividamento, gastando além das suas capacidades financeiras. “O primeiro passo é reverter esse ciclo. Se você vive além das suas condições, precisa ajustar seu estilo de vida e alinhar as suas despesas à sua capacidade de geração de renda”, orienta.
Além do controle sobre gastos por impulso, Mosar sugere que as famílias reavaliem seus hábitos diários, fazendo escolhas mais conscientes e racionais. Com a alta dos preços, como a carne bovina, que teve variação de até 20% no ano passado, e a previsão de novos aumentos, ele recomenda que os consumidores busquem alternativas mais acessíveis, como cortes de carne mais baratos, frango e carne suína.
“Além disso, podemos otimizar nossos gastos com itens do dia a dia. O café, por exemplo, tem apresentado aumentos significativos. Muitas vezes, sobra café que é desperdiçado, mas esse é um desperdício que pode ser evitado. A recomendação é preparar apenas a quantidade necessária e evitar desperdícios”, sugere o especialista.
A alimentação também pode ser uma área de ajuste, com a busca por frutas e hortaliças da safra local, que estão com preços mais acessíveis, como o tomate. Aproveitar esses produtos sazonais não só ajuda a reduzir custos, mas também garante refeições equilibradas e nutritivas.
Com o aumento de encargos fixos, como IPTU e IPVA, e gastos sazonais, como a compra de material escolar, a recomendação de Mosar é que as famílias façam um planejamento detalhado para o ano. Avaliando os gastos fixos, cortando despesas desnecessárias e buscando alternativas mais baratas, passos importantes para garantir que as finanças familiares se mantenham equilibradas.
“É essencial que as famílias se ajustem dentro de sua capacidade financeira. Se o orçamento estiver apertado, é preciso ser realista e ajustar os padrões de consumo para não viver além das possibilidades. Afinal, a situação econômica exige uma gestão financeira mais cuidadosa e inteligente”, conclui Mosar Leandro Ness.
Assim, o começo de 2025 pede mais atenção e disciplina para o orçamento familiar, garantindo que as contas se mantenham no azul mesmo diante das dificuldades econômicas e aumentos de custos.