O verão começou, oficialmente, neste sábado (21), e chegou com a previsão de um clima de neutralidade, sem a atuação de fenômenos como El Niño ou La Niña. Conforme o metereologista, Leandro Pulchalski, é importante destacar que a data de início da estação é astronômica, ou seja, um marco no calendário, mas que as características climáticas da estação ocorrem de forma gradual e sem uma data fixa.
De acordo com o especialista, apesar da ausência dos fenômenos globais algumas características atmosféricas e oceânicas, nas áreas onde esses fenômenos costumam ocorrer, lembram mais o comportamento de La Niña. Isso significa que, enquanto o oceano pode não apresentar as condições típicas para configurar o fenômeno, a atmosfera já exibe alguns indícios de suas influências.
Conforme Pulchalski, para o Rio Grande do Sul a expectativa é de que as chuvas apresentem um padrão irregular. As regiões mais ao oeste do estado, próximas à fronteira com a Argentina, têm maior chance de registrar chuvas abaixo da média para o período, enquanto áreas da Serra Gaúcha em direção ao litoral podem experimentar precipitações dentro das características típicas do verão, com alguns pontos até ultrapassando os volumes esperados para a estação. Em relação às temperaturas, o verão de 2024/2025 manterá as características típicas da estação, com períodos de calor intenso. No entanto, como o verão dura três meses, há a possibilidade de variações nas condições climáticas, com dias mais quentes e outros mais amenos.
Por sua vez, o geólogo, Marcos Porto, comenta que, embora o clima seja influenciado por uma série de fatores dinâmicos, a natureza é implacável e, no Brasil, ainda há deficiências na gestão pública para lidar com esses fenômenos. Porto destaca que os mecanismos atmosféricos, como a oferta de vapores e as modificações na radiação solar, têm grande impacto no clima da Terra. Segundo ele, o Sol tem registrado explosões solares significativas, que, de maneira semelhante a micro-ondas, aquecem a atmosfera e geram turbulências climáticas.
No entanto, ao que tudo indica, com a chegada do fenômeno La Niña, que caracteriza águas mais frias no Pacífico, o ano de 2025 promete ser mais tranquilo em relação a 2024, neste aspecto. Isso porque a água fria evapora menos do que a quente, resultando em menos formação de nuvens e, consequentemente, menor impacto nos chamados “rios voadores”, os grandes fluxos de vapor que influenciam o regime de chuvas. Portanto, segundo os especialistas ouvidos pela reportagem da Rádio Caxias, o clima deste verão deverá ser mais imprevisível, mas com a promessa de um ano mais sossegado, do ponto de vista de turbulências atmosféricas, especialmente, em comparação a outros períodos com a presença de El Niño e que provocam enchentes no Estado, em 2024.