Uma safra após o resgate de mais de 200 trabalhadores em situação análoga à escravidão, em Bento Gonçalves, no ano passado, ações de fiscalização seguem sendo aplicadas. Para acompanhar a safra da uva na Serra, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em conjunto com outros órgãos, deflagrou a Operação “In Vino Veritas”. Traduzida do italiano, “No vinho há verdade”.
A projeção é de que a ação ocorra até o final da safra. A operação visa vistoriar questões de documentação e a regulamentação de funcionários temporários na região. Além disso, serão observadas a estrutura disposta para os trabalhadores, equipamentos de segurança e higiene. Os órgãos devem visitar vinícolas e produtores rurais que dependem de contratos temporários para darem conta da colheita.
O gerente regional do Ministério do Trabalho, em Caxias e região, Vanius Corte, explica que, mesmo que tenha o suporte da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a operação não vai até os locais com acompanhamento de policiais. Os principais responsáveis pela ação são o MTE e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Vanius Corte comenta a mudança na forma de contratação por parte dos produtores após o caso ocorrido em 2023. Ele aponta que muitos passaram a optar pelo vínculo direto com o empregado, sem empresas terceirizadas envolvidas.
Tendo em vista a extensão da safra na Serra, a fiscalização não deve passar por todos os locais que utilizam mão de obra temporária. Entretanto, vai verificar as maiores concentrações de trabalhadores contratados temporariamente.