Após o protesto realizado na última segunda-feira (6), em frente à Secretaria Municipal da Educação (SMED) de Caxias do Sul, por pais, alunos e representantes da comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jardelino Ramos, localizada no bairro Presidente Vargas, que cobravam soluções diante da falta de escuta por parte da direção da instituição e de problemas envolvendo, inclusive, o processo eleitoral da atual gestão, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) suspendeu preventivamente a diretora do cargo por um período de 60 dias. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (8) no Diário Oficial Eletrônico do Município (DOE).
Procurado pela reportagem da Rádio Caxias, o procurador-geral do município, Adriano Tacca, explicou que uma sindicância foi aberta para apurar as denúncias apresentadas contra a servidora, e que o afastamento segue o previsto diante da instauração do processo administrativo. Segundo ele, o procedimento tramita em segredo.
De acordo com a mobilizadora do protesto, a mãe atípica e ativista pelos direitos dos autistas e das mães atípicas, Jussara Monteiro, os pais não foram oficialmente comunicados sobre o afastamento até o fechamento desta reportagem, tomando conhecimento da medida apenas por meio da publicação feita pela PGM no Diário Oficial. Ela ressaltou que os pais receberam a decisão com alívio e esperam ser informados sobre quem assumirá a direção durante o período. Jussara destacou ainda que o grupo aguarda que, a partir dessa decisão, a escola volte a ser um espaço de pertencimento e diálogo com a comunidade.
Outros problemas envolvendo a escola vieram a público na última semana, após uma denúncia encaminhada ao Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza e Conservação (Sindilimp) de Caxias do Sul. O documento relatava que as colaboradoras realizavam as refeições no mesmo local onde eram armazenados produtos de limpeza, uma vez que estavam proibidas de utilizar o refeitório destinado aos alunos.
Na ocasião, tanto a SMED quanto a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) foram notificadas pelo Sindicato. Ainda na semana passada, equipes da Smed e Codeca realizaram uma inspeção no local e constataram que o espaço era inadequado. Um novo ambiente foi então providenciado pela SMED e autorizado para uso das colaboradoras, além de outras medidas corretivas estarem em andamento na instituição.